Hà palavras que, de quando em vez, ganham notoriedade. Quando ditas muitas vezes pelos políticos , pelos banqueiros e outros endinheirados ou até pelos intelectuais. Estão na moda palavras como inveja e suas derivadas, desagradável e a frase "era o que faltava!".
Quando se agita a possibilidade de tornar a vida dos portugueses mais transparente, nomeadamente no que concerne ao modo como se construíram determinadas fortunas, argumenta-se que tais procedimentos vão alimentar a inveja e o "voyeurisme". Não passa pelas cabeças sãs dessas criaturas de Deus, que há gente que luta denodadamente por mais justiça e que é razoável publicitar os milagres. Tudo se reduz, redutoramente (passe o pleonasmo), a uma questão de inveja. Eu não tenho inveja de ninguém e estou-me nas tintas para quem tem fortunas. O que ninguém me pode exigir é que viva e conviva com a injustiça.
Desagradável é outra dessas palavras. Quando a luz do dia nos revela as pequenas e grandes mazelas morais da nossa sociedade, em vez de se chamar aos bois pelos nomes, diz-se que é de lamentar e que a situação é desagradável. É. É desagradável viver no mais descabelado amoralismo. Desagradável é viver sem princípios. Desagradável é pactuar com tiranetes e aldrabões.
"Era o que faltava" é uma frase muito utilizada pelo nosso PM. Admito que com algumas variantes. Por tudo e por nada, quando perguntado acerca de qualquer coisa, lá vem a sacramental "era o que faltava". Já ocorreu tantas vezes, que já merece ser um caso a estudar. O que nos faltava era um PM socialista mais preocupado com os temas caros à direita do que a própria direita. Corra a Europa para onde correr e Portugal estará sempre alinhado com o lado mais conservador.
Há nos governantes socialistas um complexo tão visível em relação há direita, que até parece viverem envergonhados com o que dizem ser. A direita arroga-se o direito de governar, porque tem do poder uma larga experiência e pensa saber fazê-lo melhor que as outras correntes ideológicas da sociedade. E o PS, com medo de desagradar à direita e com medo do juízo da direita, vai mais longe no seu afã de mal- fazer do que a própria direita. Sócrates , criado no meu país, é o PM que já nos sobeja!
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