Duro e perseverante é o trabalho dos verdadeiros artífices da palavra.
Quem, como os poetas, tem de escolher, entre milhares, a palavra mais suave ou violenta, mais subtil ou rude, mais elegante ou grosseira, mais rica ou humilde, mais poética ou prosaica, mais aristocrática ou plebeia?
O Romantismo semeou a ideia de que os poetas eram seres de inspiração divina. E poetas houve que ajudaram a criar esse mito. Nada mais contrário à verdade. O grande Bocage, apesar de ter passado à História com fama de grande repentista, é óbvio que não respondia ao abade José Agostinho de Macedo em quadras de decassílabos heróicos.
Todo o trabalho de criação exige paciência infinita e muita dedicação. E sobretudo amor. Falo dos poetas como poderia falar dos pintores, dos músicos e dos escultores.
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