Há nas ruas de Lisboa
Uma graça, um encanto,
Que nelas inda ressoa
Um pregão em cada canto.
O cauteleiro teimoso
Inda persiste, coitado!
Deixou o grito ruidoso,
Vende o jogo sem enfado.
Galhofeiras, as varinas
Têm tanta, tanta graça!
Suas línguas viperinas
São a pimenta da praça.
Eu sinto tanta saudade
Dos ardinas barulhosos.
Coloriam a cidade
Com pregões tão saborosos!...
À tardinha, no Rossio,
Oh, era bonito de ver!
Os ardinas, em desvario,
Sempre a pregar e a correr.
Mudou tanto esta cidade!
Marcas do tempo imparável,
Causam-me tanta saudade...
Oh, mudança inexorável!
1 comentário:
grande Manel: posso "linkar" o teu blog no meu?
abraço.
daniel abrunheiro
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