quarta-feira, agosto 10, 2011

SEM TÍTULO

"As catedrais góticas prefiro aos templos de outras épocas".


Às vezes, quando alguma resistência sinto em entrar dentro de mim, mormente nos momentos de grande inquietação, procuro a quietude e a paz das igrejas. É então que este minúsculo território de orografia complicada, onde inúmeras guerras civis têm sido travadas, permite a celebração de todos os armistícios e festeja a doçura da reconciliação.


As catedrais góticas prefiro aos templos de outras épocas. Nelas, tudo é fruto de subida meditação e de um superior exercício da ordem. Dez minutos, meia, uma hora, às vezes, é o tempo necessário para, pegando numa ponta, enrolar o precioso fio de Ariadne e reencontrar-me com a luz.


Creio firmemente que as igrejas – e mormente as catedrais –, foram sempre pensadas para propiciar reencontros com a luz.


in FRAGMENTOS COM POESIA, Ulmeiro, Lx., 2005

1 comentário:

João de Sousa Teixeira disse...

Daí a Catedral da Luz...

Abraço
João