sexta-feira, agosto 19, 2011

DO MEU DÁRIO

Santa Iria de Azóia, 19 de Agosto de 2011 – Jacques Delors, o último grande presidente da comissão europeia, terá dito ontem que a União Europeia e o euro estão à beira do precipício. Quando alguém com saber e experiência ímpares no domínio das questões europeias faz afirmações deste teor, dir-se-ia que a coisa está mesmo a dar para o torto.

Merkel e Sarkozy, dois patuscos que nunca deveriam ter ascendido ao poder nos respectivos países, se os países fossem sábios como às vezes se presume, parecem duas baratas tontas que pouco ou nada sabem ou querem saber para alterar o rumo dos acontecimentos. Não admira, assim, que as bolsas estejam a viver um novo “crash”.


Os agiotas – os tais poderosos e sensíveis mercados – manobram tudo a seu bel-prazer e surgem como aqueles deuses antigos sempre insaciáveis, reclamando mais e mais vítimas. E os povos, que produzem a riqueza e os triliões, vêem-se esbulhados dos seus rendimentos mais elementares e de direitos que, ainda há poucos anos, eram mostrados às populações europeias que viviam para lá do muro de Berlim como conquistas civilizacionais.


Eu não sei como tudo isto vai acabar; mas tenho quase como certo que há-de ser a rua a ditar a última palavra. Apesar dos indivíduas e das cidades serem, cada dia que passa, mais vigiados. A democracia, desde a América ao Japão, da Lapónia à Patagónia, merecia outros servidores.


A “escroquerie” tomou conta da Cidade. E esta fede como o velho reino da Dinamarca.

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