sexta-feira, julho 01, 2011

O TEMPO

FIM DE TARDE

O tempo – essa coisa misteriosa que se conta em milénios, séculos, anos, meses, dias, horas e segundos – alguém saberá ao certo o que é? E no entanto, nada escraviza mais o Homem do que o tempo, que as gramáticas organizam em passado, presente e futuro, mas que, no fundo, é apenas passado e futuro.


O tempo – essa coisa estranha que dá alento aos tiranos e torna precárias as acções dos heróis, que destrói as verdades eternas dos teólogos e os sistemas infalíveis dos filósofos, que tudo e todos condena ao esquecimento – alguém saberá ao certo o que é?


No seu perpétuo fluir, o tempo é o tempo, como diria o delicioso Caeiro.


Para mim, que não sou poeta nem literato, mas simplesmente um amigo de poetas e literatos, o tempo é o sol a levantar-se preguiçosamente do Tejo - é assim que eu o vejo das janelas da casa onde habito- que depois sobe e roda e desce, devagarinho, para desaparecer por detrás das casas, para de novo se levantar das mansas águas do Tejo e subir e rodar e descer e desaparecer e de novo se levantar das mansas águas do Tejo.

1 comentário:

Daniel Abrunheiro disse...

Bem (cont-ic-tic-ado).