Santa Iria de Azóia, 20 de Fevereiro de 2011 – Neste fim de tarde, que contrariou um pouco as previsões dos meteorologistas, após um passeio pelos arrabaldes, entreguei-me è leitura de Marcello Duarte Mathias. Mais concretamente, do volume de pequenos ensaios, A Memória dos Outros.
Eu gosto muito deste autor, que, tal como eu ou eu como ele, cultiva o gosto pela escrita diarística. Marcello Duarte Mathias é um escritor de grande erudição e com muito mundo. Por isso mesmo, pelos seus diários perpassam inúmeras personalidades da política, da cultura e dos negócios. Escreve num português muito suave, facto que o torna um autor amável e que se lê sem enfado.
Hoje detive-me nos textos sobre Albert Camus, que é provavelmente o autor francês magrebino que mais admiro. Encontrei referências a L’Etranger e a um tal Mersaut. L’ Étranger, que, conjuntamente com La Peste, é o melhor da obra romanesca do antigo director de Le Combat.
Mas a surpresa foi a referência a Les Noces, que é um “récit” escrito numa prosa verdadeiramente luminosa, que talvez todo o Norte de África devesse ler nos dias que correm. É em Les Noces que Camus escreve: “le monde finit toujours par vaincre l’histoire”.
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