LIVROS E LIVRARIAS
É certo que a Semedo, ao cimo da rua D. Dinis, papelaria e livraria, tinha sempre alguns títulos nacionais e estrangeiros com muito interesse. Foi lá que comprei o meu primeiro Rimbaud e também José Gomes Ferreira, que era então um poeta muito em voga. Nuno Semedo, sempre descaído para o lado da literatura, para além de ser uma pessoa afável, também ia dando algumas dicas em relação a certos títulos e autores.
Porém, creio que o local dos livros por excelência era o quiosque Vidal, onde um tal José Fernandes – é o do Vidal, não o do Eça -, aconselhava e guardava os livros que iam resistindo à brigada dos costumes. O Zé Fernandes lia muito; nomeadamente lombadas, facto que lhe permitia depois fazer as suas próprias sinopses. Acresce que, apesar da sua juventude, José Fernandes era um “jeune homme” de formação democrática.
O quiosque Vidal, que ainda existe, é hoje um sítio atascado de jornais e revistas, com alguns livros ainda nas prateleiras mais altas, mas já não é o ponto de encontro de uma certa intelectualidade albicastrense. Contudo, é talvez o sítio onde se podem encontrar mais publicações de carácter etnográfico.
As papelarias Nogueira, Narciso e S. José, também comercializavam livros; porém, faltava-lhes a qualidade da Semedo e do quiosque Vidal. Ou melhor, ter-lhes-á faltado Nuno Semedo e José Fernandes.
Santa Iria de Azóia, 8 de Fevereiro de 2011 – Nos finais dos anos sessenta, Castelo Branco não tinha – ou eu não me lembro de ter-, uma livraria a sério. E no entanto, lia-se muito na capital da Beira Baixa e coisas com qualidade.
É certo que a Semedo, ao cimo da rua D. Dinis, papelaria e livraria, tinha sempre alguns títulos nacionais e estrangeiros com muito interesse. Foi lá que comprei o meu primeiro Rimbaud e também José Gomes Ferreira, que era então um poeta muito em voga. Nuno Semedo, sempre descaído para o lado da literatura, para além de ser uma pessoa afável, também ia dando algumas dicas em relação a certos títulos e autores.
Porém, creio que o local dos livros por excelência era o quiosque Vidal, onde um tal José Fernandes – é o do Vidal, não o do Eça -, aconselhava e guardava os livros que iam resistindo à brigada dos costumes. O Zé Fernandes lia muito; nomeadamente lombadas, facto que lhe permitia depois fazer as suas próprias sinopses. Acresce que, apesar da sua juventude, José Fernandes era um “jeune homme” de formação democrática.
O quiosque Vidal, que ainda existe, é hoje um sítio atascado de jornais e revistas, com alguns livros ainda nas prateleiras mais altas, mas já não é o ponto de encontro de uma certa intelectualidade albicastrense. Contudo, é talvez o sítio onde se podem encontrar mais publicações de carácter etnográfico.
As papelarias Nogueira, Narciso e S. José, também comercializavam livros; porém, faltava-lhes a qualidade da Semedo e do quiosque Vidal. Ou melhor, ter-lhes-á faltado Nuno Semedo e José Fernandes.
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