Cotovia, 18 de Julho de 2009 – Afinal de contas, o senhorito da Madeira veio a Lisboa e reuniu com a sua chefe do continente e ambos riram muito, durante a reunião. E o personagem, com todo o desplante do mundo, teve a lata de atribuir responsabilidades próprias à comunicação social.
Este ilhéu já nos habituou aos seus incontáveis números de “non sense” e por isso mesmo já não me consegue surpreender. Adiante, pois.
Numa recente entrevista à revista “ler”, Vasco Pulido Valente falando sobre romancistas diz coisas mais ou menos tolas, mas que muitos dos que o lêm as hão-de ter como as opiniões de um verdadeiro “maître à penser. Diz que Saramago estaria certo se fosse das Caraíbas ou coisa parecida; que Lobo Antunes seria um bom escritor se tivesse escrito três ou quatro romances; que Lobo Antunes e Agustina não fizeram grandes “revelações morais” e que são umas pastas. E pergunta pelas grandes personagens destes dois escritores e conclui que o entrevistador não lhe consegue responder. É evidente que deveria ter sido confrontado, no que a Saramago concerne, com personagens como Domingos e João Mau Tempo, Blimunda e Baltazar, Ricardo Reis e Lídia, Cipriano Algor e tantas outras. E Lobo Antunes tem uma grande criação, o Dr. Francisco, do Manual dos Inquisidores. Mas nada disto tem importância para este historiador.
Há por aí gente que vai dizendo o que lhe vai na real gana, com a simplicidade das crianças. Enquanto Saramago é arrumado numa única tirada: “Aquilo era uma prosa admissível nas Caraíbas”; já a Lobo Antunes e a Agustina reconhece uma “voz”, mas diz que lhes falta uma técnica, ou seja, um modo de saber fazer. Na apreciação do historiador, e também comentador de TV, salva-se apenas o grande Eça de Queirós, de quem diz tratar-se do mais genial português dos últimos duzentos anos.
Já é gratificante que no tribunal de VPV Eça seja absolvido. O que nos vale é que poucos portugueses o lêm e os que o fazem não o levam verdadeiramente a sério. Um pouco como acontecia com Luís Pacheco.
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