Cotovia, 19 de Julho de 2009 – Gosto muito do mar e não me puxa o corpo para os areais. Vá lá um homem perceber a sua própria natureza: gostar de mar e não gostar de praia. O que me vale este ano é que o João vai com a senhora sua mãe disfrutar da fresquidão marinha e eu posso ficar na esplanada a olhar para aquela imensidão de azul ou para os abrunheiros, a contas com os meus pensamentos.
Esta tarde foi diferente. Fiquei no parque, na minha modesta “datcha”, dormitei um pouco e depois revisitei a Madame de Bovary, de um tal Gustave Flaubert. Passe o truísmo, Madame de Bovary, é indiscutivelmente um grande romance. Um romance que o grande Eça terá lido gostosamente. Ontem reparei numa metáfora que é uma imagem, quase uma alegoria: “ A sombrinha, de seda cor de peito de rola e que o sol atravessava, iluminava-lhe com reflexos movediços a alva pele do rosto”.
Não terá sido por acaso que Jean-Paul Sartre dedicou tanto tempo àquele a quem chamava "l'idiot de la famille".
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