Santa Iria de Azóia, 11 de Julho de 2009 – O relatório de acompanhamento do caso BPN, produzido por uma comissão parlamentar, mereceu um voto contra de toda a oposição. Eu que de política pouco sei – e pouco sei de tudo em geral -, não compreendi o voto do PCP ao lado da restante oposição, sem, no mínimo, uma declaração de voto a demarcar-se da direita.
Bem sei que a Assembleia da República é o órgão político por excelência; bem sei que as questões criminais são com os tribunais e que os altos funcionários do banco de Portugal só poderão ser acusados politicamente de incompetência e de negligência; bem sei que Constâncio e a sua equipa têm lavado as mãos com as desculpas esfarrapadas de que nunca nada de semelhante tinha acontecido. O funcionário a quem o país paga milhões deveria assumir que errou rotundamente e daí tirar as devidas ilações.
Todavia, se a comissão parlamentar trata apenas da matéria política deste caso escabroso, não deveria fixar-se na supervisão e deixar passar a ideia de que não lhe interessam os ladões. Que têm nome e rosto e causaram danos incomensuráveis ao país. Danos que havemos de pagar, com língua de palmo e meio, durante muitos anos. Assim, percebo mal que o meu camarada Honório Novo possa votar ao lado de Nuno Melo e dos senhores do PSD, sem que deles se demarque através de uma explicação plausível.
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