terça-feira, março 11, 2008

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 11 de Março de 2008 – Há quatro anos, faz hoje precisamente quatro anos, quarta-feira, estava em Mestre, nos arredores de Veneza, a participar num seminário de âmbito profissional. À minha mesa sentavam-se, à hora das refeições, os dois representantes de Espanha, um de Madrid e outro de Valência, aos quais expressei o meu pesar e a minha solidariedade.

Nunca me senti tão ibérico como naqueles dias. É certo que sempre tive uma grande atracção por Espanha, onde vou com regularidade desde os treze anos de idade. Comecei por ir a pé, descendo a serra, por estreitos carreiros de contrabandistas, dos Fóios para Valverde; ou indo por caminhos mais ou menos planos até Navas Frias. Por Navas Frias havia de passar alguns anos mais tarde, quando, clandestinamente, deixei Portugal e fui residir nos arredores de Paris. Não direi que conheço a Espanha como os dedos das minhas mãos, mas é indiscutivelmente, o país que melhor conheço e mais estimo a seguir a Portugal.

Por isso mesmo, quatro anos volvidos sobre os atentados de Madrid (Atocha), quero, aqui e agora, condenar veementemente o terrorismo, todos os terrorismos, incluindo os terrorismos de Estado que, por serem de estado não deixam de ser terrorismos. E prestar a mais viva homenagem às vítimas da barbárie, ou seja, aquela gente inocente que, àquela hora matutina, se dirigia para os seus postos de trabalho.

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