Nesta república do faz-de-conta, está na moda dizer mal do Estado e dos denominados trabalhadores da Função Pública. O desvario começou com a entrada em funções do (des) Governo de Durão Barroso que, servindo-se do Estado, é hoje Presidente da Comissão Europeia, e nunca mais parou.
O rol dos dislates é incomensurável. Brancos pretos e amarelos, com ou sem formação, mas normalmente bem instalados, vociferam contra os privilégios dos funcionários do Estado, esquecendo-se, muitas vezes, de olharem à sua volta. Conferem privilégios aos outros que, ainda que o não sejam, são bem inferiores aos desses acérrimos defensores de menos Estado e melhor Estado, mas que nunca reclamaram menos privado e melhor privado.
Nos meios de comunicação social, os empregados dos grupos empresariais do sector, defendem caninamente o tacho. Destilam mentiras e mais mentiras acerca de pessoas e instituições que muitas vezes desconhecem. Cegos, vêm privilégios onde os não há. Com a cegueira da redução do défice, pouco se preocupam com os problemas das pessoas e das famílias. De resto, numa atitude muito pouco cristã.
Economistas de meia tigela, gente que nunca produziu pensamento nem arriscou um pataco, com a crueza dos magarefes, propõem despedimentos, cortes nos salários e nas prestações sociais percebidas pelos trabalhadores do Estado. Nunca pediram nem pedirão a redução dos seus salários, porque se têm todos em muito boa conta. Ai, se nós soubéssemos os negócios ruinosos que essas almas pouco piedosas por vezes conduzem ou apadrinham!
Muitos deles são filhos de antigos funcionários, muitas vezes corruptos, que fizeram carreira atropelando trabalhadores honestos e se reformaram aos cinquenta anos com chorudas reformas.À pátria - esses patifes sem vergonha, que tanto trabalham aqui como noutro sítio qualquer, nunca deram nada. Aproveitaram todos os benefícios - até os da educação à borla - e uma vez empoleirados, acham sempre muito aquilo que o Estado lhes exige. São os primeiros a reclamar segurança para as suas pessoas e bens. Se lhes fosse permitido, de bom grado, pagariam apenas às polícias e pouco mais. São os defensores do princípio do utilizador pagador.
Como bons totalitários que são, acreditam que esta é a única e mais capaz forma de governar o mundo. Mas isto um dia vai mudar e há por aí rapazes que vão levar umas bengaladas. Que Deus me preserve a vida para assistir a esse, decerto, majestoso espectáculo!
Publicado em 30 de Agosto de 2005, no "Blog" Catilinárias
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