sábado, janeiro 28, 2012

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 28 de Janeiro de 2012 – Ontem, teve início mais um congresso da CGTP-IN, que foi fundada no já distante ano de 1972, quando ainda havia partido único legalizado, a Acção Nacional Popular, e Marcelo Caetano tinha, na RTP, as célebres conversas em família com os portugueses. Vivia-se ainda sob a pata de chumbo da censura, da PIDE da Legião Portuguesa e da bufaria, muita, que ia ajudando o regime a sobreviver.


Ontem, comentadores e comentadeiras, tiveram a preocupação de louvar a acção de Manuel Carvalho da Silva, auguraram-lhe, e bem, um futuro promissor e até, por atacado louvaram o regime que permitiu a Carvalho da Silva ser sindicalista e chegar a catedrático. Muitos esqueceram-se dos ataques soezes ao próprio Manuel Carvalho da Silva, mas sobretudo à grande central sindical da qual foi dirigente esclarecido durante vinte e cinco anos.


Ontem, comentadores e comentadeiras, muito ladinos, tiveram sobretudo a preocupação de tentar colar Arménio Carlos ao PCP, a cujo comité central julgo que pertence e saber se tal facto é bom ou não para o futuro do sindicalismo, etc. e tal. A preocupação dessa gente, que pulula por aí não se sabe bem como, radicava, grosso modo, no seguinte (a interpretação é livre): PCP vai ter maior influência ainda na CGTP-IN?


Ontem, os comentadores e comentadeiras, ontem tal como no passado, tentaram colar a CGTP ao PCP, temendo que Arménio Carlos, perigoso dirigente comunista, radicalize a luta e não saiba ser dialogante como Carvalho da Silva. Hão-de ter a resposta adequada e não adianta muito debitarem as atoardas do costume.


Ontem, comentadores e comentadeiras, falajaram o que quiseram, mas nunca lhes ocorreu que a UGT é uma construção socialista e social-democrata e que no seu congresso fundador estiveram a abençoá-la Mário Soares, Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral. Esqueceram-se de referir que Proença, - sim, esse que no dia da assinatura do chamado acordo de concertação social exibia um sorriso tão impudico como o de Gaspar há tempos atrás, na Assembleia da República -, pertence aos órgãos dirigentes do PS. Esquecimentos.

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