ARIADNE - I
Ariadne chorou,
Chorou muito sentida,
Quando Teseu,
Sem uma palavra,
A deixou.
Podia ter chorado
O novelo do fio
Ou a espada
Que lhe deu. Não.
Ariadne chorou,
Traída e magoada,
O modo
como Teseu zarpou:
Sem uma carícia,
Sem um gesto,
Sem uma palavra.
ARIADNE -II
Quisesses tu,
-Ó doce filha de Minos - !
Dar-me
Por amor
Um novelo de fio
Igual ao de Teseu...
Desvendados os mistérios
Do meu labirinto,
Num veleiro de sonho,
Sem hesitação,
Levar-te-ia
Onde nos levasse
O coração.
Manuel Barata, FRAGMENTOS COM POESIA, Ulmeiro, Lx., 2005
3 comentários:
Invadi o seu espaço. espero não incomodar. Mas gostei de espreitá-lo e de o ler.
isamaria
É sempre grato sabermos que somos lidos e que não desapontamos os que se dão a esse trabalho.
Tudo bom para si IMaria.
Manuel
Então é esta a Ariadne que o Manuel quer levar na caravela.
Espantoso, Manuel.
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