Santa Iria de Azóia, 13 de Dezembro de 2009 – De vez em quando, interrompo a escrita deste diário, que já dura de forma mais ou menos consequente há cerca de quinze anos. Agora escrevo directamente no computador; porém, tempos houve em que escrevia nuns caderninhos, para depois passar tudo a limpo. Acho que nunca acabei a tarefa.
O Manuel Ramos Ribeiro, Manuel Ramos para os amigos, perguntou-me várias vezes a razão desta minha teimosia. Pensava o ilustre e penetrante professor de língua portuguesa que só os famosos escrevem diários. À luz dos tempos que correm, e tendo em conta o que se vai escrevendo nos “blogs”, dir-se-ia que a escrita diarística nunca teve tantos cultores e também leitores. No fundo, famosos e menos famosos, cada vez são mais aqueles que vão deixando, numa prosa ligeira e precária, a sua visão do rectângulo e do mundo.
A semana passada ficou marcada por vários acontecimentos importantes. No plano internacional, registe-se a entrega do Nobel da Paz a Obama e as grandes manifestações de Copenhaga e de Atenas (?); no plano nacional, deixe-se nota da aprovação de um OE rectificativo e das discussões à volta da corrupção e do seu caso mais famoso na actualidade, ou seja, o caso “face oculta”.
E assim retomei este Diário.
PS: O profeta da desgraça, um tal Medina Carreira, continuou em palco e com assistência garantida. Porque os discursos da desgraça, em Portugal, têm sempre muitos adeptos.
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