domingo, dezembro 04, 2011

DO MEU DÁRIO

LOBO DE CARVALHO, SOUSA DIAS E CRISTINA MENDES


Santa Iria de Azóia, 4 de Dezembro de 2011 – Ontem, houve colóquio no Castelo de Pirescoxe. De PATRIMÓNIO físico se falou durante mais de duas horas.
Usaram da palavra Sousa Dias (arquitecto), Cristina Mendes (acérrima defensora do património de Santa Iria) e Lobo de Carvalho (arquitecto). Três intervenções interessantes, em que os oradores expuseram as suas ideias acerca do património e da sua conservação.
Sousa Dias, que é um pensador do urbanismo e que teve a felicidade de trabalhar na área da arquitectura que escolheu, falou do modo peculiar como os portugueses sempre construíram as suas cidades, ora amontoando casas sobre casas, ora obedecendo a planos racionais, dando de Lisboa o exemplo do Castelo e da Baixa Pombalina. Falaria ainda da Cidade da Praia, em Cabo Verde e de Vila Real de Santo António.
O Professor Sousa Dias explicou a feliz conjugação de esforços que conduziu à reconstrução e/ou restauração-reconstrução do Castelo, ou seja, o local com História que os urbanistas procuram para desenvolverem os seus projectos. Ainda que a restauração-reconstrução do Castelo tenha sido concluída após a construção da Quinta do Castelo, esta foi toda pensada em função do Castelo e do Tejo.
Cristina Mendes falou do Castelo propriamente dito e do papel que desempenha na localidade. Fez uma sinopse completa da História do morgadio, desde as origens à actualidade, com o enfoque nas famílias que foram proprietárias da propriedade, ou seja, um vasto espaço que confinava com o Tejo.
Lobo de Carvalho falou do conceito de PATRIMÓNIO, um conceito recente e europeu, diferente dos conceitos orientais, onde não há a intenção da conservação, mas da reprodução “tout court”. Introduziu ainda o conceito de PATRIMÓNIO natural. Parece-me ter havido convergência de pontos de vista entre os dois arquitectos numa questão fundamental: nada é eterno; e, por conseguinte, há que ajudar o PATRIMÓNIO a perecer com dignidade.
Como não tirei quaisquer apontamentos, poderei ter cometido imprecisões. Se o fiz, fi-lo involuntariamente; creio, todavia, que não abastardei o pensamento de ninguém. E sinto-me feliz por ter estado, ainda que displicentemente neste evento, do qual saí com mais conhecimento acerca do trabalho dos fazedores de cidades.

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