segunda-feira, abril 26, 2010

Malveira, 26 de Abril de 2010 – Ontem, 25 de Abril, meti-me no comboio em Santa Iria de Azóia – coisa que já não ousava fazer há vários anos -, e fui com o senhor meu sogro desfilar na Avenida da Liberdade, que é a única artéria da cidade que merece receber aqueles milhares de celebradores contumazes. E a viagem até foi rápida e nada maçadora.

Antes de falar das pessoas que vi e das palavras de ordem que ouvi, quero aqui dizer que os comboios foram extremamente pontuais e já possuem asseio e conforto que não destoam dos seus congéneres franceses, que são os que conheço melhor.

A Avenida encheu-se de gente – não à pinha, obviamente -, e por ali se viam as “vacas sagradas” destas coisas e aquele genuíno povo de Lisboa e arredores, sempre generoso e combativo. Sim, aquele povo que só sonhou com um Portugal mais solidário e nunca com este território de desigualdades mais ou menos obscenas. Era esse povo que gritava a urgência de mudar de rumo às políticas do governo. Francisco de Assis ( eu não sei se é com “de”, como o outro que era filho e de um negociante de tecidos e veio a ser santo) não pôde deixar, ainda que em ambiente festivo, as profundas preocupações dos que ainda festejam Abril.

Tempo para ver Miguel Urbano Rodrigues, à distância, que chegou a dormir com a cabeça encostada no meu ombro direito, entre a Venda Nova e Santa Iria de Azóia, nos tempos dos comícios, colóquios e outras actividades lúdicas e culturais. Miguel Urbano, que é autor de um romance muito ousado e bem escrito, ALVA, lá ia com a família, ainda em muito bom estado, apesar da sua vida cheia de aventuras.

Quem não vi, e que também andou na minha Dyane azul-celeste, foi a D. Zita Seabra. Desencontrámo-nos, provavelmente.

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