Santa Iria de Azóia, 5 de Abril de 2010 – E agora que se andava a falar de submarinos e de alta corrupção, desenterra-se a actividade de Agente Técnico de Engenharia de Sócrates e deixam-se afundar os referidos submarinos. De um momento para o outro, numa espécie de truque de magia à Luís de Matos, recolocam-se no centro da discussão política os projectos de engenharia assinados pelo actual primeiro-ministro, quando era deputado a tempo inteiro, ou seja, em regime de exclusividade. Um caso com barbas de vinte anos ou quase.
Eu não gosto de Sócrates e já o escrevi inúmeras vezes; no entanto, parece-me haver um exagero na perseguição ao passado do homem. E quer-me parecer que com o intuito pouco claro de deixar morrer ou marinar sem consequências situações muito mais graves e lesivas do interesse nacional.
Não gosto de Sócrates, repito. Tem feito muito mal ao país e aos portugueses. No entanto, os seus inimigos não são, certamente, as vítimas maiores das suas políticas. Os seus inimigos são aqueles que gostariam de ver os da sua cor no poleiro. Os grandes inimigos de Sócrates são os que querem alternar no exercício do poder.
Portugal não precisa de alternância no poder. Portugal precisa de políticas alternativas. E essas não virão, com certez, das fileiras da direita.
Bem ou mal, os portugueses deram a vitória ao PS e a Sócrates, nas últimas eleições legislativas. Por isso mesmo, tem toda a legitimidade democrática para governar. E talvez seja este o momento de relembrar a parábola bíblica da adúltera.
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