Santa Iria de Azóia, 16 de Outubro de 2008 – Confesso que o Orçamento de Estado, apesar de saber que vai mexer muito com a minha vida, me estimula pouco. As discussões são muito sisudas e os médiuns que tentam traduzir do clássico para o vulgar, normalmente falham os seus sãos propósitos. E eu, confesso sem constrangimentos, que não sei resistir à secura como as figueiras.
Agrada-me muito mais a leitura de Miguel Veiga, apesar de estar sempre a reiterar as suas raízes portuenses, porque escreve com bom gosto e em português de lei. Por português de lei, entenda-se aqui e agora, um português sem concessões ao analfabetismo reinante, ou seja, o português de Vieira, Garrett, Camilo e Eça. E também o de Mário Dionísio, Mário Castrim e Mário de Carvalho. No fundo, um português com História e Gramática.
Ao contrário de Miguel Veiga, não herdei bibliotecas. Na minha casa reinava o mais puro analfabetismo, porque os meus pais apenas tinham, ainda que não certificadas, as suas competências de pau-para-toda-a-obra. Eu explico melhor: meu pai ajudava a construir casas, pedra a pedra ou tijolo a tijolo; minha mãe trabalhava no campo e tratava da nossa casa, que, sendo pequena e o mobiliário escasso, não lhe dava muito trabalho. Por isso mesmo, ainda tinha tempo para fazer pares de meias, em algodão, para mim e para o meu pai, que era uma forma de poupar e de estar ocupada.
O gosto pelos livros aprendi-o na convivência com os meus amigos. Hoje, também me invadem o espaço, mas estou-me nas tintas para tal facto. De e com livros é feita a minha vida.
Agrada-me muito mais a leitura de Miguel Veiga, apesar de estar sempre a reiterar as suas raízes portuenses, porque escreve com bom gosto e em português de lei. Por português de lei, entenda-se aqui e agora, um português sem concessões ao analfabetismo reinante, ou seja, o português de Vieira, Garrett, Camilo e Eça. E também o de Mário Dionísio, Mário Castrim e Mário de Carvalho. No fundo, um português com História e Gramática.
Ao contrário de Miguel Veiga, não herdei bibliotecas. Na minha casa reinava o mais puro analfabetismo, porque os meus pais apenas tinham, ainda que não certificadas, as suas competências de pau-para-toda-a-obra. Eu explico melhor: meu pai ajudava a construir casas, pedra a pedra ou tijolo a tijolo; minha mãe trabalhava no campo e tratava da nossa casa, que, sendo pequena e o mobiliário escasso, não lhe dava muito trabalho. Por isso mesmo, ainda tinha tempo para fazer pares de meias, em algodão, para mim e para o meu pai, que era uma forma de poupar e de estar ocupada.
O gosto pelos livros aprendi-o na convivência com os meus amigos. Hoje, também me invadem o espaço, mas estou-me nas tintas para tal facto. De e com livros é feita a minha vida.
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