Será que o senhor Paulo de Azevedo vai cumprir a promessa, depois das peripécias da OPA lançada sobre a PT?
Santa Iria de Azóia, 13 de Novembro de 2000 - Um tal Paulo Azevedo, que não sei quem seja, ameaça, segundo o “Expresso” de sábado, abandonar Portugal, se não lhe derem uma parte no negócio das telecomunicações(?).
Já escrevi neste Diário que o patriotismo é um sentimento das classes populares. O povoléu é que se entretém com os negócios estéreis de lutar por territórios e por pátrias, As pessoas bem-nascidas dedicam-se a negócios outros, mais produtivos e agradáveis. São eles que tudo dominam. Escolhem os governadores a seu bel-prazer, mesmo que tenham de os submeter a uma pretensa escolha popular. Vejamos: Balsemão é dono do “Expresso” ( de algumas publicações mundanas) e da SIC; Azevedo(s) é dono do “Público” e mexe com as telecomunicações e com a distribuição alimentar; a PT, que neste momento não sei ao certo de quem é, é dona do “DN”, da “TSF”, do “Jornal de Notícias”, do “Jornal do Fundão”, de quase todas as salas de cinema do país, etc. É esta gente que decide quem nos governa. É esta gente que suga as tetas da pátria até ao tutano. É esta gente quem come tudo e não deixa nada, como cantava o saudoso José Afonso. E é esta gente que, quando não é apaparicada como julga merecer, ameaça desertar. Que desertem, pois, todos estes patriotas do cifrão, que fazem tanta falta como uma viola num enterro. Porque outros virão para sugar a teta da pátria até ao tutano.
Refractários a ideais nobres, os grandes senhores tratam a pátria como uma vulgar prostituta. Servem-se dela enquanto precisam e renegam-na logo que se apanham servidos. Decididamente, o patriotismo é um sentimento do povoléu estulto, boçal e inculto.
3 comentários:
É a economia que faz girar o mundo meu caro, infelizmente é assim, já não dá para trocar saco de batatas por um quilo de açucar...mudam-se os tempos mudam-se as vontades.
Sei isso perfeitamente. Para além de letras também estudei economia.
A minha questão é outra. Eu acho que o mérito e o risco têm de compensados, mas acho que a família Azevedo se comporta como os abutres.
Eu pertenço aquele conjunto de portugueses que têm sido sucessivamente maltratados: vivi sob a bota do botas de Santa Comba, levei com um ano de guerra colonial, levei com a reposição das coisas nos carris após o 25 de Abril, apanhei com a grande revolução tecnológica dos anos 80 e agora com a descoberta de que a função pública é o mal do país. Começa a ser de mais.
Como muitos outros também podia ter tratado da vidinha. Não tratei e não me lamento. Lamento, contudo, que se abram as pernas aos grandes como o Belmiro, que normalmente tem o desplante de assumir uma pose ameaçadora. E no entanto, este é um país belmiro.
ler todo o blog, muito bom
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