sexta-feira, maio 12, 2006

A FEBRE

Dir-se-ia que as chamadas democracias caminham, dia após dia, no sentido do esmagamento das liberdades direitos e garantias dos cidadãos. A pretexto da segurança colectiva e para se precaverem de aventuras totalitárias. Dentro de poucos anos, não conseguiremos dar um passo sem a presença discreta de uma câmara, sem o olhar invisível e omnipresente de um satélite. É a febre securitária.
Pelo rumo que as coisas levam, começo a acreditar que caminhamos efectivamente para o fim da história. Doravante, tanta é a vigilância e a sua qualidade, que ninguèm poderá ter a veleidade de um "putch", mesmo quando os governantes se mostrem incompetentes e intoleráveis. O mundo dito democrático está a perder atractivos
Aos Gueterres sucedem os Barroso, aos Barroso sucedem os Santana e aos Santana sucedem os Sócrates, mesmo que as legislaturas não sejam acabadas. Sai-se e entra-se no pântano ou entra-se e sai-se do pântano, que o diabo venha e escolha, que a sorte do povoléu parece estar traçada desde o princípio do mundo: criar mais-valia para encher a pança de meia dúzia de comandantes da economia e da finança. Mais aos fazedores de leis de serviço, que nunca se cansam de meter o bedelho na vida dos cidadãos. Mais aos executantes das leis que os fazedores parece que fazem, mas não fazem, porque quem faz são os os pançudos que mandam na economia e na finança.
Aposto que um dia dá-lhes na gana e por decreto vão-nos proibir o direito ao suícídio!

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