Santa Iria de Azóia, 30 de Janeiro de 2010 – A corrupção, grande e pequena, existe na sociedade portuguesa e não vale a pena fazer vista grossa ou ouvidos de mercador perante o que se vê e ouve. Combatê-la é, portanto, um imperativo nacional, para que possamos todos viver num país mais sadio e mais limpo.
Creio, no entanto, que não é com os actuais combatentes - presidente do tribunal de contas incluído -, que o combate se vai tornar decisivo. Simplificar as leis que permitam investigar e rapidamente julgar e punir, pode tornar-se um caminho tão simplista, que, mais tarde ou mais cedo, vamos ter mais uns quantos pilha-galinhas condenados e não os grandes corruptos.
Antes de mais, era preciso definir de forma muito objectiva o conceito de corrupção. Era preciso, por exemplo, que tudo fosse feito com a máxima transparência, na nomeação de indivíduos para determinados cargos de assessoria, no domínio dos gabinetes ministeriais. Era preciso investigar a forma como os filhos de certas famílias chegaram a determinados postos na administração pública, nas empresas públicas e até nas grandes empresas privadas.
Antes de mais, era preciso saber como se construíram determinadas fortunas e se todos os processos foram irrepreensíveis e obedeceram a princípios éticos comummente aceites. Era bom conhecerem-se os grandes corruptos e os grandes corruptores. Era preciso, por exemplo, que o corruptor merecesse igual combate e igual punição à do corrompido. O que corrompe investe migalhas para obter benefícios incomensuravelmente superiores.
Era preciso, por exemplo, que as leis fossem simples como os dez mandamentos. São as leis complicadas e tecnicamente incompetentes que permitem dúbias interpretações e a existência de muitos pescadores de águas turvas.
1 comentário:
Não tenho a certeza que o dez mandamentos fossem DEZ. Quarenta dias a pão e (água? nessa não caio eu!) vinho, qualquer um se alucina, perde o equilíbrio e quebra as tábuas... Teriam sido mais os mandamentos, digo eu. A corrupção (ai, o acordo...) é bíblica e a técnica ancestral...
Incorruptível sou eu,com um abraço
João
Enviar um comentário