domingo, janeiro 17, 2010

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 17 de Janeiro de 2010 – A discussão do OE é sempre a ocasião ideal para ajustar contas com os trabalhadores da Função Pública. Certos rapazes e certas raparigas, bem nutridos, que não sabemos ao certo o que fazem, aparecem este ano nas pantalhas a receitar não-aumentos, porque o ano passado, os tais trabalhadores foram aumentados copiosamente, se e levar em linha de conta que a não-inflacção também os beneficiou imenso.

São rapazes e raparigas formados na aversão a tudo o que é público, porque todos desejariam pagar menos impostos. Em bom rigor, esses rapazes e essas raparigas, que quando abrem a boca nos mostram logo a cárie dos seus primorosos raciocínios (Prévert perdoa-me o quase-plágio), só aceitariam pagar impostos para pagar aos polícias que guardassem as suas excelsas pessoas e os seus preciosos bens.

Eu pago impostos e mais impostos pagaria para que o meu país se tornasse um pais melhor para todos e um território de solidariedade. O que eu não oiço é esses rapazes e essas raparigas arengarem acerca dos lucros bolsistas não tributados, que, se o fossem, produziriam receitas verdadeiramente espantosas.

Pobres rapazes. Pobres raparigas.

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