Termina hoje, à meia-noite, a campanha de propaganda pró e contra a chamada interrupção voluntária da gravidez (IVG). Domingo, através do instituto do referendo, os portugueses vão exercer o seu direito de voto e dizer de sua justiça.
A campanha termina apaixonadíssima na blogosfera; porém, um tanto ou quanto chocha, nas ruas e nos espaços públicos tradicionais. Ainda assim, têm-se ouvido até à exaustão velhos argumentos e pseudo-argumentos, nomeadamente por parte dos defensores do NÃO, que são os mesmos do costume, menos o major Valentim Loureiro.
Da parte do SIM, porque alguém lembrou que era bom não radicalizar a questão, os seus defensores têm sido efectivamente comedidos e de um modo geral repetitivos. Pugnam por uma causa que reputam de justa e indispensável para acabar com a igomínia do aborto clandestino.
Sou defensor do SIM pelas seguintes razões:
1. Sendo uma questão do foro íntimo da mulher, penso que não tenho o direito de exigir ao Estado, que, em nome da sociedade, puna as mulheres que decidam abortar até às dez semanas.
2. Penso que a sociedade não tem o direito de impor regras a seu bel-prazer - e de punir as mulheres que recorrem ao aborto, quantas vezes em condições infames -, quando é incapaz de ser equitativa e solidária.
3. A lei existente é retrógrada - e por isso mesmo é tão desrespeitada -, e só beneficia os negócios obcuros que se instalaram à volta do aborto clandestino.
4. Quero que os meus impostos sirvam para tratar também desta questão de saúde pública, porque desejo que as minhas concidadãs sejam tratadas com o respeito que é devido a todos os seres humanos.
5. Desejo que a natalidade ocorra de forma livre e consciente.
Se os meus leitores, que não conheço na sua totalidade, me puderem acompanhar nesta escolha, domingo votaremos SIM.
1 comentário:
SIM, claro...por todas essas razões todas e por mais uma...O FIM DAS PÚBLICAS VIRTUDES...i.é, da HIPOCRISIA!
Um abraço, Manel!
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