quarta-feira, novembro 29, 2006

MÁRIO CESARINY

Mário Cesariny, Mário Cesariny de Vasconcelos, que não se via Mário, nem Cesariny, nem de Vasconcelos, faleceu no passado domingo.

Deixa-nos uma obra interessante, nomeadamente no domínio da poesia. Também foi pintor. É um nome incontornável do catálogo do surrealismo português.

Agora é esperar que o tempo coe o que tem de coar e dê a César o que de César é. Para constar deixo aqui um excerto de " um poema de luís cernuda", com o subtítulo "birds in the night", do livro pena capital, da Assírio e Alvim, que é um belo momento de liberdade e de denúncia da hipocrisia dos homens e das pátrias:
O governo francês - ou foi o governo inglês? - colocou uma lápide
Na casa número 8 de Great College Street, Camden Town, Londres,
Onde Rimbaud e Verlaine, par exótico, tiveram um quarto,
Viveram, beberam, trabalharam, fornicaram
Durante algumas semanas tormentosas.
Ao acto inaugural assistiram decerto embaixador e presidente da câmara,
Todos os que em vida de Verlaine e Rimbaud foram seus inimigos.

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Mári Cesariny

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